O burnout está afetando os seus funcionários?
O que é a sindrome de burnout?
Sentimento de esgotamento, negativismo e desempenho profissional reduzido são alguns dos sintomas da síndrome do esgotamento profissional ou burnout. Essa síndrome já é reconhecida como doença ocupacional pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e é resultado direto do estresse crônico do ambiente de trabalho.
Burnout é um distúrbio emocional que acarreta a exaustão extrema, estresse e esgotamento mental e físico resultante do ambiente de trabalho tóxico ou cansativo.
A palavra burnout significa queimar de dentro para fora, ou seja, os fatos externos, no caso a pressão do trabalho, causam graves problemas de saúde aos funcionários.
Essa síndrome está atingindo cada vez mais profissionais, uma pesquisa realizada pela plataforma Blind demonstrou que 73% das pessoas entrevistadas afirmaram sofrer com esgotamento do trabalho, 12% mais em relação a fevereiro de 2020.
O burnout acontece de forma gradual de acordo com os eventos no ambiente corporativo, começa com sintomas mais leves que levam até a completa exaustão física e mental.
Ao ser classificada como doença ocupacional pela OMS, a empresa se torna responsável em cuidar da saúde dos funcionários. Isso significa que o empregado afetado pode recorrer ao INSS para solicitar afastamento em decorrência a doença, ainda, casos de estresse crônico nos colaboradores podem apontar dificuldades na gestão da empresa.
Como identificar a síndrome?
Cada caso de burnout pode ser diferente dependendo do indivíduo e cabe à empresa oferecer boas condições de trabalho para evitar a doença. Podemos citar algumas fases do esgotamento:
- • Aumento da produtividade, o colaborador trabalha mais horas do que o normal, as vezes até nos fins de semana;
- • Sintomas físicos como dores musculares e de cabeça, insônia, falta de ar, mudanças na alimentação;
- • Quando o colaborador chega ao esgotamento profissional, não consegue mais trabalhar efetivamente, perde prazos e até falta ao trabalho, ainda tem sua vida pessoal afetada, podendo desencadear outras doenças físicas e psicológicas.
Como o burnout impacta a companhia?
Uma pesquisa realizada pela Gallup demonstrou que trabalhadores que sofrem com síndrome do esgotamento profissional são:
- • 63% mais prováveis de faltarem ao trabalho por motivo de doenças;
- • 2.6 vezes mais prováveis de buscar novos empregos;
- • 13% menos confiantes em suas performances;
- • 23% mais suscetíveis a irem para a Emergência.
Além disso, funcionários sofrendo com burnout não sentem desejo de aprender ou crescer profissionalmente, gastam o pouco de energia que tem para conseguir sobreviver a rotina, sem desenvolver nada a mais.
Junto com o cansaço, eles não enxergam boas oportunidades para o negócio, acabam fixando somente nos problemas, tendo queda drástica na performance, na qualidade do trabalho, até mesmo tem dificuldade em tomar decisões.
E infelizmente, diferente do que muitos pensam, a síndrome do esgotamento profissional não acaba quando o funcionário bate o ponto no fim do dia, a síndrome afeta tanto o seu trabalho quanto a vida pessoal.
O que o RH pode fazer?
O departamento de gestão de pessoas pode observar os funcionários e identificar os sinais no início desse mal, tomando medidas para prevenir ou tratar os casos.
Alguns dos indicativos dessa doença são exaustão física e mental, baixa motivação, negativismo, problemas interpessoais, queda de produtividade, dieta e autocuidado também são afetados drasticamente, por fim os indicativos são seguidos pelo desenvolvimento de doenças.
Se torna imprescindível para as empresas tornar o bem-estar do funcionário parte da cultura do negócio com a criação de um ambiente psicologicamente seguro e positivo, a implementação de políticas internas e campanhas de saúde mental, além de treinar líderes com objetivo de melhorar o ambiente de trabalho.
Algumas práticas boas são estimular o exercício físico, pausas durante a jornada de trabalho, a integração e amizade entre colegas, ainda, é importante oferecer possibilidade de os colaboradores consultarem com profissionais de saúde mental.
Uma prática que está crescendo no mercado é a contratação de um profissional responsável por promover a saúde e bem-estar dos funcionários, o Diretor da Felicidade ou Chief Happiness Officer (CHO). A posição apareceu pela primeira vez na Dinamarca em 2003 na empresa Woohoo Partneship com a criação da metodologia de promover o ambiente corporativo positivo.
O CHO é responsável por elaborar estratégias e ações para garantir a felicidade dos colaboradores, e como consequência ter maiores índices de produtividade e engajamento do time. Esse aumento nos índices foi comprovado em um estudo da Havard Business Review, que apontou que colaboradores felizes são 31% mais produtivos, 85% mais eficientes e 300% mais inovadores.
A marca Airbnb já incorporou o diretor da felicidade e como resultado das estratégias e implementações na empresa o engajamento dos funcionários aumentou em 90%, além disso, os colaboradores passaram a promover a empresa como um ótimo lugar para trabalhar!
Outra iniciativa que algumas empresas já implementaram é a semana de 4 dias, foi apontado na pesquisa realizada pela Gallup que pessoas com carga horária de trabalho flexível e satisfeitas acabam trabalhando com mais qualidade, sendo mais efetivos e ainda reportaram maior sensação de bem-estar e menos estresse.
A agência de comunicação gaúcha Shoot implementou a semana de 4 dias de trabalho, assim os funcionários têm um fim de semana de 3 dias, a empresa apontou que essa ação afetou positivamente o desempenho e produtividade dos funcionários, e ainda melhorou a qualidade de vida de cada trabalhador.
O burnout não está relacionado somente com quantidade de horas trabalhadas, um profissional pode trabalhar a mesma quantidade de horas normais por semana e ainda ser afetado pela doença, pois a síndrome está ligada também a experiência do trabalhador no ambiente profissional, por isso é de extrema importância que o RH e os líderes sejam capazes de oferecer um ambiente positivo e seguro dentro da empresa.
A síndrome de esgotamento profissional está cada vez mais comum no mercado de trabalho e é uma doença que exige sérias ações para prevenção.
Para a empresa poder prevenir com sucesso os casos da síndrome é necessário fornecer uma experiência de trabalho positiva ao colaborador, com uma cultura organizacional que reforça a importância do bem-estar físico e mental de cada trabalhador. Quando os profissionais se sentem seguros e apoiados no ambiente de trabalho, com suporte dos líderes e da gestão de pessoas, engajados com os colegas e reconhecidos pela liderança, eles são menos suscetíveis a sofrer com burnout.
Uma das alternativas que a empresa pode seguir para oferecer uma melhor experiência aos funcionários é a educação continuada, pode ser um dos pilares para melhorar a jornada do funcionário na empresa. A educação continuada permite que o colaborador se sinta valorizado, estimula o engajamento com a empresa e até diminui a taxa de turnover.
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